Os textos que escrevemos sob a forma de poemas são majoritariamente muito concretos, pelo que nem sabemos ao certo se eles podem ser denominados de poesias. São ensaios, que se assemelham aos primeiros esforços que fazem os passarinhos para voar...

No entanto, às vezes fazemos algumas tentativas, com a intenção de despertar a nossa, ainda débil, “alma de poeta”. Nesses textos, procuramos libertar ao máximo a nossa imaginação, na busca de vivenciar situações que não têm, necessariamente, qualquer vinculação com a nossa realidade. São devaneios de uma alma que tenta elevar-se, pela imaginação, a outros espaços, situações e alturas. De fato, o poeta busca e encontra inspiração em detalhes de acontecimentos da vida por ele observados (num filme, num romance, numa história real etc.) que, pela sua sensibilidade e imaginação, transformam-se em textos poéticos.

Quem poderá, por exemplo, explicar o apego que o ser humano sente pelo lugar onde nasceu e viveu alguns anos, ainda que este não seja o melhor do mundo? É isso que procuramos expressar em vários poemas deste livro, que retratam a saudade que nós, retirantes, sentimos do nosso torrão natal.

Como bem explicou Baruch Espinosa, nós somos hoje o resultado dos relacionamentos que mantivemos com os outros seres e com o mundo ao longo de nossas vidas. Por isso, as relações, os encontros e os desencontros dos seres humanos, na busca incessante pela felicidade, e as inapagáveis marcas que eles deixam na alma, sempre foram objeto de nossas reflexões, como demonstram diversos poemas que compõem o livro.

Verdade é que o livro tem uma temática muito variada. Nele estão também expressas as nossas preocupações com a degradação ambiental, com os rumos evolutivos seguidos pela humanidade, pelas injustiças e desigualdades da nossa sociedade.

Ficaremos felizes se gostarem da leitura.