ENTRE A RUA E CELA
ENTRE A RUA E CELA
- Modelo: ENTRE A RUA E A CELA
- Autor(es):
HENRIQUE CAIRE MARTEL
- Disponibilidade: Fora de estoque
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R$35,00
“Diógenes viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar:
Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos.”
Padre Antônio Vieira
Sermão do Bom Ladrão, Lisboa, 1655
O crime tem a idade do homem. Não há notícia de qualquer período da história da humanidade em que não ocorreram os chamados ilícitos penais. É próprio do ser humano querer ser mais espertinho do que o seu semelhante: enriquecer sem trabalhar; ficar dormindo enquanto outros madrugam; avançar no que não lhe pertence; tirar da frente o seu inimigo causando-lhe mal, até mesmo a morte. E não somente entre a plebe rude, os menos acariciados pela sorte. Os grandes criminosos, muitas vezes, mais hábeis em suas intentadas, passam como pessoas de bem e até recebem lisonjas e louváveis honrarias, como nome de ruas, praças, viadutos, escolas, quando, na verdade, bem ficariam com os nomes no rol dos culpados, como o criminoso comum. Grandes generais e grandes guerreiros não foram senão grandes delinquentes. Matadores insaciáveis, assaltantes munidos de exércitos bem montados, soldados treinados com afinco para, simplesmente, saquear, matar, escravizar. Não titubearam Alexandre Magno, Aníbal Barca, Napoleão Bonaparte, Adolf Hitler e tantos outros, em atravessar os campos de batalha, sopesando centenas, milhares de cadáveres, como se fossem troncos apodrecidos de árvores tombadas, tudo em nome da ganância, do poder, da incrível insensibilidade sobejamente escancarada.
No final das contas, a justiça está direcionada para o pequeno delinquente. Principalmente, o traficante do bairro e da favela; o ladrão, com suas variadas modalidades: o astuto e o violento. Todos acabam na cadeia e vão fazer parte do depósito humano que é o sistema penitenciário, que, diferentemente do que se propõe, não corrige, mas instrui; não regenera, mas deturpa, ainda mais; não reintegra à sociedade, mas marginaliza, calcando uma marca profunda. Mesmo curada a ferida, a cicatriz permanece.
Parametros Livraria | |
ISBN | 978-85-41-0315-2 |
Acabamento | Brochura |
Edição | 1ª |
Ano | 2013 |
Páginas | 256 |
Altura | 21 |
Largura | 14 |
Peso | 0,11 |
Idioma | Português |
Cidade | São Paulo |
Estado | São Paulo |