Carijó (Marco da Silva) é um jovem rapaz com uma sina ancestral. Nascido na cidade de Eldorado (região do Vale do Ribeira/SP), ele cresceu e estudou em um colégio confessional, desde a morte precoce de seus pais. Mas, desencantado com a religião tradicional, ele conhece a filosofia e, ao terminar seus estudos secundários no seminário, decide cursar filosofia em uma universidade pública (Unicamp). Depois de graduado, ele opta por abandonar a carreira de professor e decide fazer uma longa viagem pela América Latina, dedicando-se integralmente ao estudo da música e ao violão. Determinado a juntar dinheiro para essa tal viagem, ele consegue um trabalho temporário, como recepcionista, em uma pousada no alto da Serra do Itatiaia (região de Visconde de Mauá/RJ), durante a alta temporada de 2016; ano de realização das Olimpíadas no Brasil. Uma noite ele conhece um hóspede muito diferente (Hope Navarro), do Novo México (EUA), e toda a história de sua vida muda de significado. Eles vão se tornar amigos e vão juntos experimentar aventuras de autoconhecimento e de estados alterados de consciência, em viagens xamânicas, alucinógenas, imaginárias e mitológicas. A história do livro é profética e repleta de mistérios: manifestações semióticas dos fenômenos que permeiam o universo filosófico de nossa herdada cultura helenística, ofuscada pela chama trêmula da tocha olímpica, perambulante pelo Brasil afora antes e durante a realização das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Adornada de símbolos e personagens mitológicos criptografados, essa história se desenrola sobre os trilhos musicais de uma trilha sonora imaginária, que acompanha o narrador e seu inseparável violão. O livro é, em suma, um registro de memórias que pintam o eterno retorno dos tempos, em uma viagem sem volta dos personagens rumo ao autoconhecimento; sob o prisma de uma ancestralidade mitológica, olvidada no futuro do passado do nosso atual “presente de grego” histórico.