Retorno à aprazível ambiência literária – depois de publicar quinze livros, nos últimos vinte e cinco anos, dentre os quais, oito na área do Direito, e sete no campo da Teologia – desta vez, diferentemente, inaugurando os meus excêntricos rabis-cos no âmbito da psicanálise, fruto de uma compilação de pequenos artigos escritos durante o curso de Psicanálise Clínica, pelo conceituado Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica (IBPC/Campinas/SP), realizado por mim, no atípico biênio de 2020/21.

Decerto, durante o curso de psicanálise, como cumprimento das metas acadêmicas, fui levado a confeccionar alguns artigos, referentes aos respectivos módulos do curso, que, aprazivelmente, compilei e transformei neste singelo opúsculo, contendo temas ligados à psicanálise, num convite à reflexão. Assim é que, coletei temas instigantes e intrigantes, dentro do estudo da psique humana, com investigação bibliográfica atinente aos temas propostos, como que num “turismo” epistemológico no interior de cada tema, cuidadosamente selecionado, aqui e agora. Neste espaço literário, a proposta é apresentar, de forma didática, resumida e singela, alguns temas ligados à Psicanálise. Não escrevi para os mestres; escrevi para os aprendizes e leigos, sedentos na busca pelas primeiras noções da Psicanálise.

Com efeito, alguns temas dentro da psicanálise foram enfrentados, com uma investigação bibliográfica, criando um acervo suscetível de uma olhadela súbita em cada tema proposto, com reflexões convidativas e curiosas, notadamente vinculadas às neuroses e aos sintomas, com propostas de psicoterapia no âmbito da psicanálise, em associação livre, que é o foco deste despretensioso livro. 

Nessa perspectiva, observar-se-á que os temas enfrentados em cada capítulo não estão, necessariamente, vinculados um ao outro. Ao revés. São independentes entre si, e foram inseridos como ferramentas para consulta rápida, ou para uma leitura descontraída e curiosa. Registro que, como um tipo de epígrafe, iniciei todos os artigos aqui apresenta-dos com um versículo bíblico atinente ao tema enfrentado, notadamente porque a Teologia é uma de minhas formações acadêmicas: uma paixão que nutro desde menino.  

Em última análise, o aprazível convite que ora se faz é no sentido de ler, sem pressa, ler sem o compromisso com a ortodoxia e/ou o tecnicismo, ler com a curiosidade de um atento leitor, ler pelo simples prazer de ler, e refletir acerca do comportamento humano, apenas por (e para) ler, numa revelação dos impulsos do inconsciente que afloram nas atitudes, sem se dar conta de que o que se faz é gerado por aquilo que está plantado lá no fundo, não raro inacessível, incognoscível num primeiro olhar, mas suscetível de ser apreendido e revisto pela terapia psicanalítica. Na ótica lacaniana: a revelação do “outro”. Não há pretensão de exaurir o assunto, mas propor um olhar científico e “degustativo” para um ávido leitor. Assim, espero que seja!